Os perigos a longo prazo do vape: como o cigarro eletrônico afeta a saúde da pele

Dermatologista explica como o uso do cigarro eletrônico pode ser prejudicial e porque é hora de repensar o hábito

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Imagem: Shutterstock

Nos últimos anos, o vape ou cigarro eletrônico, ganhou popularidade como uma alternativa aparentemente mais segura ao tabagismo tradicional. No entanto, à medida que as pesquisas avançam, cada vez mais surgem evidências alarmantes dos danos que o aparelho pode causar à saúde.

O vape contém uma série de substâncias químicas prejudiciais, incluindo nicotina, alcatrão, formaldeído e produtos químicos aromatizantes, sendo que alguns vendidos ilegalmente também contam com remédios fortes para tratamentos médicos. Essas substâncias não apenas afetam os pulmões, mas também têm impactos diretos na saúde da pele.

De acordo com a doutora Mayla Carbone, dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a nicotina presente no vape restringe os vasos sanguíneos, diminuindo seu fluxo para a superfície cutânea. “O resultado é uma diminuição da oxigenação e nutrientes fornecidos à epiderme, levando a um envelhecimento prematuro”, explica Mayla. “Linhas finas, rugas e uma aparência opaca são apenas alguns dos sinais visíveis desse dano”, diz.

A médica também ressalta que a exposição à nicotina pode aumentar a produção de sebo e inflamação na pele, favorecendo o surgimento da acne e dificultando sua cicatrização. “Os produtos químicos tóxicos liberados durante a vaporização podem irritar a pele, causando inflamações, vermelhidão e até mesmo eczema em alguns casos. As substâncias químicas nocivas podem também afetar as glândulas sebáceas, levando ao aparecimento de acne e agravando problemas dermatológicos existentes”, alerta.

Além disso, por conter milhares de produtos químicos nocivos ao organismo, o consumo pode acabar afetando a capacidade do corpo de se curar. Isso significa que cortes, arranhões e lesões no rosto e no corpo podem levar mais tempo para se recuperar, deixando cicatrizes mais visíveis. E para aqueles que já sofrem de condições de pele como psoríase e eczema, o vape pode piorar os sintomas e tornar o controle dessas condições mais desafiador.

Diante desses riscos, é fundamental repensar o uso do cigarro eletrônico e buscar alternativas mais saudáveis para lidar com o estresse e outros desafios. “A indicação para quem busca parar de usar o vape ou qualquer produto relacionado ao tabaco é consultar um profissional de saúde para obter apoio e orientação”, destaca Mayla. “É essencial lembrar de que a beleza da sua pele reflete a sua saúde interior, e proteger ambos deve ser uma prioridade constante”, finaliza.

Sobre a especialista:

Dermatologista Mayla Carbone é graduada em Medicina pela Universidade Lusíadas (UNILUS – Santos) há mais de 10 anos com residência em Clínica Médica na Santa Casa em São Paulo e em Dermatologia pela Universidade de Santo Amaro (UNISA-SP). É membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e também da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD). Já participou de diversos congressos e realizou diversos cursos nacionais e internacionais voltados para especialização.

Instagram: @dramaylacarbone

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