Foto: Freepik.

O cuidado com a alimentação é um aspecto fundamental para a manutenção da saúde durante o ano todo. Em março, porém, essa atenção é redobrada. No dia 31, é comemorado o Dia Mundial da Saúde e Nutrição, uma data superimportante para a conscientização. E, nesse quesito, há uma ferramenta fundamental para auxiliar nas decisões alimentares, mas que quase ninguém repara: o rótulo dos alimentos.

Infelizmente, pular a leitura do rótulo é praticamente um hábito nacional. A última pesquisa sobre o tema, realizada pelo Datafolha em 2018, ouviu 2.573 pessoas em 160 cidades e comprovou que, aproximadamente, 48% dos brasileiros não costumam ler as informações nutricionais dos alimentos. Dos 52% que afirmaram ler os rótulos, 35% dizem entender parcialmente as informações que são apresentadas.

Se para muita gente elas podem parecer confusas, não significa que os dados contidos nas tabelas nutricionais dos produtos sejam irrelevantes. Uma das estratégias para facilitar a compreensão é saber qual tópico deve ser avaliado.

“A pessoa precisa saber exatamente o que ela está procurando. Se o objetivo for diminuir o consumo de calorias, precisa conferir aqueles alimentos que têm um aporte calórico menor”, exemplifica a nutricionista Solange Cassar, diretora da Normalize Nutrição, empresa especializada no controle de qualidade e segurança alimentar, localizada em Sorocaba/SP. “O pior erro é não ler o rótulo e achar que um produto é saudável apenas pelo apelo da embalagem.”

 

Os erros mais comuns

Mas quando o consumidor foca em um aspecto específico, corre um sério risco de não conferir outras importantes características. Um alimento que apresente menos calorias, pode ser rico em sódio ou apresentar poucas fibras e, muitas vezes, não ser interessante o consumo. Além disso, conhecer algumas nomenclaturas também é importante na hora das compras.

“O alimento diet é um aquele em que há a retirada completa de um ingrediente, que é comum para aquela fórmula, em função de uma patologia”, explica Solange. “Ficou muito popular que era a retirada do açúcar para consumo dos diabéticos, porém, se uma pessoa tem hipertensão e vai receber uma dieta hipossódica, o alimento para a ser diet, porque o sal é o ingrediente cortado.”

Outro termo comum, e que precisa de certa atenção, é o light. Para entrar nessa categoria, o produto precisa apresentar 25% a menos no aporte calórico, ou, em um ingrediente da fórmula convencional. Ou seja, o produto é considerado light sempre em comparação com um outro item da mesma marca, que não seja light. “Às vezes, o produto light de uma marca pode, sim, apresentar mais calorias do que o convencional de outra. É preciso ficar sempre atento”, reforça a nutricionista.

 

Dificuldade na leitura tem data para acabar

Um dos maiores obstáculos na hora da leitura da tabela nutricional é justamente a falta de padronização. Na hora de avaliar dois produtos, a porção definida pela legislação pode gerar a necessidade de um cálculo para garantir a comparação adequada. Visando facilitar essa questão, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) já aprovou uma nova resolução que entrará em vigor a partir de outubro de 2022.

Para Solange, é preciso conferir as informações nutricionais e não o apelo comercial da embalagem. Foto: Julio Salvo.

“Na nova legislação, as embalagens terão uma coluna a mais, com o valor padronizado em uma porção de 100g. Vai ficar muito fácil a comparação”, acredita a especialista. “Além disso, já foram estabelecidos valores de referência, quanto à gordura, sódio e açúcares dos alimentos. Quem ultrapassar essa medida, vai precisar trazer essa informação nutricional na frente da embalagem, destaque. Para evitar isso, muitas empresas devem adequar nutricionalmente as suas fórmulas”, finaliza Solange.

Que o hábito de avaliar os rótulos comece nesse mês de março, mas que seja uma prática em todas as próximas compras. Alguns minutinhos gastos nessa análise podem contribuir – e muito – para a saúde. Uma medida simples que pode aumentar, indefinidamente, o seu prazo de validade.

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