Educar para a paz!

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Os tempos atuais parecem ser especialmente desconcertantes para a área da educação. Aos problemas internos, como maior diversidade entre o alunado, choque de valores entre diferentes setores envolvidos, teorias tecnocráticas e novas exigências. Ainda assim, somam-se mudanças sociais como a desvalorização da educação em amplas camadas da sociedade, perda de valores, aumento da exclusão social, insegurança urbana, precarização do trabalho e incerteza social.
Como se já não bastasse, o uso generalizado e tornado banal da violência para a resolução de conflitos. Então, como cultivar a paz, mesmo nos ambientes escolares mais arredios, promover convivência respeitosa e democrática, valores firmes de aceitação da diversidade cultural, porém intolerância em relação à violência e aos fundamentalismos?
Antes da abordagem sobre os ambientes escolares (farei no próximo artigo), façamos uma análise: Sabemos que as influências sociais e culturais demandam em grande medida na formação de todo indivíduo. Portanto, algumas formas de violência estrutural produzidas no sistema educacional são reflexos das geradas na estrutura social.
Com crianças, desenvolva ambientes calmos e respeitosos. Que brincadeiras e demais interações sejam simples, cheias de humanidade, com falas calmas e assertivas. Que tal desenvolver a disciplina positiva? Quando uma criança acerta um desafio ou realiza algo corretamente, você confere a ela mais reforço? A correção deve existir, mas nunca enaltecido o erro, tampouco ser uma grande vergonha perder. Trabalho com adolescentes e pré-adolescentes há vários anos, e certamente os adultos mais exemplares e desempenhos mais produtivos foram resultados de lares em que os pais e responsáveis: incentivavam o resultado/esforço, ou seja, não conseguiu o resultado máximo, mas se dedicou? Se sim, teremos melhores resultados adiante!
Veja que não falei em notas! Sim! Notas de prova e médias escolares! Melhores notas não conferem melhores relações interpessoais! Melhores notas não conferem sucesso profissional! Não desmereço um boletim azul como o oceano, assim como valorizo notas tiradas com grandes esforços e frutos de respeitosas relações. Nunca valorizarei grandes notas advindas de obrigações expressas, vindas de imposições familiares que gerarão ansiedade e nervosismo desnecessários; que nunca farão de uma leitura algo prazeroso.
De que modo são desenvolvidos os diálogos entre adultos e crianças/adolescentes na sua família? Caso não concorde com a opinião de um adolescente, o que acha em perguntar: Posso saber porque pensa desse modo? Você tem ideia de onde veio suas opiniões? Você ouviu isso em algum lugar? Desenvolva um discurso dialógico, onde todos expressarão suas opiniões, mesmo que diferentes. Nesse sentido, esse adolescente aprenderá o significado de democracia vivendo em democracia. Se quiser a comunidade com pessoas democráticas e participativas, os lares devem estar organizados dentro desses pressupostos. Comece pelo teu!
Participe da solução! Envolva-se! Incomoda? Então não se acomode!

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