Os padrões de beleza estão sempre sendo modificados. A preocupação com a estética e o culto à imagem atingiu, para muitos, níveis estratosféricos e o que se observa são pessoas sacrificando a própria natureza em prol de um padrão de beleza instituído pela sociedade atual. Para alcançar o grau máximo, vale se arriscar nos mais variados procedimentos estéticos. A lipoaspiração é uma delas, e já é a cirurgia plástica mais realizada no Brasil: foram 231.604 intervenções em 2019, um salto de 13,6%, se comparado ao ano anterior, segundo dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS). Mas, final, quais são os limites entre saúde e vaidade?

O cirurgião plástico Arthur Barros, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica (ASPS) e da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) é direto. “Os exageros levam a problemas muito sérios”, alerta. “A lipoaspiração, especificamente, é uma das cirurgias mais delicadas que existem, em todos os aspectos”. Trata-se de uma técnica que aspira a gordura de diferentes partes do corpo com o auxílio de uma cânula ligada a um aparelho à vácuo.

O especialista ressalta que muitos procuram pela lipoaspiração para emagrecer, e este tem sido um modismo extremamente perigoso. “Há uma pressão muito forte da mídia. O paciente, quando chega ao consultório, quer a perfeição e acaba passando dos limites, cometendo exageros que, muitas vezes, podem ser fatais”, conta. “É preciso identificar e respeitar o limite entre o saudável e a vaidade, sem extrapolar. O meu papel, enquanto médico, é orientar e fazer as recomendações adequadas para preservar a saúde e o bem-estar dos pacientes”, explica Dr. Arthur.

E para tudo tem, sim, limite. Tanto é que a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) recomenda que, em cada procedimento de lipoaspiração, seja retirado, no máximo, 7% de gordura corporal. Isso significa dizer, por exemplo, que em um paciente de 70kg, pode ser retirado, apenas, algo em torno de 5 litros de gordura corporal, considerando a própria gordura, sangue, água e até o anestésico que foi aplicado no corpo para a realização do procedimento. É aí que surge o risco para pacientes com sobrepeso que desejam eliminar um volume de gordura muito grande, acima do seguro, pois podem surgir um número muito maior de intercorrências, acima do normal para o procedimento.

Lipoaspiração X Lipo HD

Entender a diferença entre estas cirurgias plásticas, é peça chave na hora de buscar por procedimentos estéticos. Basicamente, as duas possuem o mesmo princípio: remover as gordurinhas localizadas, mas cada uma delas detém tecnologias e técnicas que garantem resultados diferentes ao paciente.

“Enquanto na lipoaspiração nós removemos a gordura localizada em alguma determinada área do corpo, na lipo HD, além de também eliminá-la, nós modelamos a silhueta e destacamos os contornos naturais dos músculos de algumas áreas. O resultado é um corpo mais definido e esculpido”, explica o cirurgião plástico, que salienta: “A decisão sobre qual procedimento realizar deve ser feita em conjunto com um profissional experiente. É importante ressaltar que estamos falando de um procedimento cirúrgico complexo e bastante delicado, que exige planejamento e uma série de cuidados, e muitas vezes de novas tecnologias”, finaliza.

Dr. Arthur Barros cirurgião plástico, membro das principais Sociedade Médicas nacionais e internacionais.

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