82% das reformas no Brasil não possuem acompanhamento profissional

Falta de conhecimento técnico pode resultar em erros que afetam a estrutura do imóvel, aumentando os riscos de desmoronamentos

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Reforma. Crédito Divulgação

A falta de acompanhamento técnico em reformas e construções é mais comum do que se imagina no país. Segundo o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil, por meio de uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, 82% dessas obras não contam com a supervisão de profissionais capacitados ou regularmente registrados no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA).
 

Essa ausência de conhecimento técnico acaba levando proprietários a cometerem erros que podem afetar a estrutura dos imóveis. “A retirada de paredes, abertura de janelas ou expansão da parte superior da casa precisam ser acompanhadas por um profissional, pois erros de cálculo podem resultar em trincas e, até mesmo, na demolição do imóvel”, alerta o engenheiro Matheus Barbosa Volpi, membro da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Sorocaba (AEAS).
 

Segundo o profissional, é preciso muita cautela durante a realização de uma reforma, pois imprevistos podem aparecer e é preciso conhecimento técnico para tomar as decisões corretas. “Nunca se deve mover, derrubar ou alterar as paredes de uma casa ou apartamento sem conhecer a planta da edificação, principalmente porque você pode mover uma parede estrutural”, destaca Volpi.
 

Foi o que aconteceu com o empresário Bruno Vieira. “Estava reformando um espaço que seria a nova sede do nosso escritório e, para deixar o ambiente mais aberto, decidimos retirar algumas colunas. Para a nossa surpresa, eram colunas de sustentação da laje do imóvel, que, com a mudança, rachou. Tivemos um grande prejuízo, pois foi preciso refazê-la”, relembra.
 

De acordo com o engenheiro, diferente do caso do empresário, nem sempre as consequências do excesso de peso ocasionado pela retirada ou movimentação de uma parede são percebidas imediatamente. “Pode demorar dias ou meses para aparecer uma rachadura ou cair pedaços da parede, trazendo riscos para os moradores e podendo resultar na demolição do imóvel”, alerta.
 

Até a abertura de janelas ou a expansão da parte superior da casa deve ser observadas e calculadas. “Existem regras claras sobre a distância correta das janelas e sacadas da fiação elétrica nas ruas, por exemplo, que também podem resultar em risco se não observadas”.
 

No caso de reformas em apartamentos, o risco se agrava. De acordo com o profissional, este tipo de obra necessita de vistorias, pois pequenas interferências podem impactar em toda a estrutura do prédio e até em edificações vizinhas. “Por isso, o condomínio deve ser avisado da reforma para que profissionais capacitados possam acompanhar e evitar riscos”.
 

Passo a passo para uma reforma
 

Engenheiro Matheus Barbosa Volpi

Antes de iniciar uma reforma, Volpi aponta que o primeiro passo é entrar em contato com um profissional especializado. Após uma primeira avaliação, será definido o tamanho da obra e a necessidade de preparar um projeto executivo para a obra. “Após a avaliação dos serviços, é gerado o laudo e a Anotação de Responsabilidade Técnica (ANT). Só depois do laudo é que acontece o início e acompanhamento dos serviços”, explica.
 

Mesmo com planejamento, imprevistos podem surgir e acarretar em atrasos ou outros problemas. “Quando uma obra é iniciada, podem aparecer imprevistos como infiltrações, manchas de mofo, entre outras, e um profissional poderá dar as melhores e mais rápidas soluções para resolver o problema”.
 

No site do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de São Paulo, (CREA-SP), é possível consultar se o profissional de engenharia é registrado e está apto para desenvolver as reformas com segurança.

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