Com a aprovação do projeto de Reforma do Imposto de Renda (IR) pelo Senado Federal, na última quarta-feira (5), empresas familiares de Sorocaba e região intensificaram a busca por ajustes tributários para evitar aumento na carga fiscal. A proposta, que agora segue para sanção presidencial, prevê a cobrança de 10% sobre lucros e dividendos distribuídos a sócios que recebem acima de R$ 600 mil por ano — atualmente isentos.
A medida tem como objetivo compensar a ampliação da faixa de isenção do IR para pessoas físicas com renda mensal de até R$ 5 mil. Embora represente alívio para contribuintes de menor renda, o novo modelo preocupa empresários que dependem dos lucros de seus negócios como principal fonte de renda.
Segundo Daniele Ishida, economista e diretora tributária da consultoria Apter, a confirmação da proposta acelerou a procura por orientação entre empreendedores locais, especialmente os de negócios familiares e de médio porte. “O receio é pagar mais imposto sem necessidade. Ainda há tempo para se organizar dentro da lei, mas é preciso agir com rapidez, já que a vigência está prevista para 2026”, afirma.
A especialista destaca que ajustes estruturais realizados antes da entrada em vigor da nova regra podem reduzir o impacto financeiro. Entre as alternativas estão a revisão da forma de distribuição de lucros entre os sócios e o planejamento do recebimento de dividendos. “É como arrumar a casa antes da chuva: se deixar para depois, o prejuízo é certo”, compara.
A região de Sorocaba, que concentra grande número de empresas familiares, deve sentir os efeitos da mudança de forma direta. “Sem planejamento tributário, o novo modelo pode comprometer o fluxo de caixa e travar investimentos. Preparar-se é essencial para atravessar 2026 com segurança”, conclui Daniele.
