Na noite de 24 de abril, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) realizou um Ato Ecumênico e um Ato Solene em memória dos 1,5 milhão de mártires do genocídio armênio de 1915. A cerimônia, iniciativa do Deputado Estadual Danilo Balas, é promovida anualmente como forma de expressar apoio ao povo armênio de São Paulo, do Brasil e do mundo, que há décadas luta pelo reconhecimento oficial do genocídio perpetrado pelo Império Otomano entre 1915 e 1917.
Inicialmente previsto para ocorrer diante da Cruz de Pedra Armênia (Khatchkar), localizada no Jardim dos Armênios da Alesp — monumento doado pela República da Armênia —, o Ato Ecumênico foi transferido para o Plenário Franco Montoro devido à chuva. No mesmo local, foi realizado o Ato Solene, que contou com a presença de diversas autoridades, entre elas o Embaixador da República da Armênia no Brasil, Armen Yeganian; a Cônsul Honorária da Armênia em São Paulo, Hilda Diruhy Burmaian; o Secretário Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Vahan Agopyan; o Bispo Primaz da Diocese da Igreja Apostólica Armênia do Brasil, Nareg Berberian; o Administrador Apostólico dos Armênios Católicos da América Latina, Dom Vartan Waldir Boghossian; a Secretária Municipal de Relações Internacionais de São Paulo, Angela Gandra; e o Deputado Estadual Gil Diniz.
Durante a cerimônia, foi solicitado um minuto de silêncio em memória das vítimas do genocídio armênio e, também, em respeito ao falecimento do Papa Francisco. Importantes autoridades destacaram em seus discursos a necessidade de preservar a memória histórica. O Secretário Vahan Agopyan emocionou o público ao relembrar a trajetória de sua família, que sofreu diretamente as consequências do genocídio. Ele ressaltou que sua sobrevivência hoje é resultado da resistência de seus antepassados e defendeu que a lembrança desse episódio deve fortalecer valores como paz, justiça e resiliência.
O Embaixador Armen Yeganian agradeceu o apoio do Deputado Danilo Balas e reforçou o apelo pelo reconhecimento internacional do genocídio como instrumento de justiça. Já o Bispo Vartan Waldir Boghossian recordou o reconhecimento do genocídio pelo Papa Francisco e sublinhou a fé e a perseverança do povo armênio diante das perseguições.
O mestre de cerimônia, coronel Mardiros Marcos Burunsizian, ressaltou a parceria do Deputado Danilo Balas com a comunidade armênia de São Paulo e do Brasil. Ele lembrou que, desde o início de seu mandato em 2019, Balas tem demonstrado profundo respeito e solidariedade à causa armênia, promovendo solenidades anuais na Alesp e participando de eventos organizados pelo consulado. Em nome da comunidade, o coronel agradeceu o apoio, respeito e dedicação do Parlamentar.
Ao discursar, o Deputado Danilo Balas afirmou:
“A Armênia é um exemplo de fé, persistência e perseverança de um povo que, com todas as razões, não desiste da busca pela justiça. Temos que rememorar esta data, este momento de dor de nossos antepassados, pois não podemos permitir que apaguem a história e ignorem esse lamentável e triste episódio.”
O Parlamentar também enfatizou:
“O reconhecimento internacional é um passo essencial para a justiça e para a memória dos mártires. Países como França, Argentina, Alemanha e o próprio Vaticano já fizeram esse reconhecimento. Esperamos que o Brasil siga o mesmo caminho, unindo-se às nações que respeitam os direitos humanos e a verdade histórica.”
Em outros trechos, Balas reforçou a necessidade de manter viva a lembrança das vítimas e defendeu o reconhecimento do genocídio como medida fundamental para promover a justiça e prevenir futuras atrocidades.
“Continuaremos lutando para que a verdade histórica prevaleça e para que a memória dos mártires armênios seja sempre respeitada.”, concluiu.
A cerimônia também contou com apresentações culturais: o Coral A Voz dos Jovens, da Diocese Apostólica Armênia de São Paulo, e o Coral Vahakn Minassian, da Sociedade Artística Melodias Armênias – SAMA, do Clube Armênio. Sob a regência do maestro Cleber Felipe Harmon, os grupos emocionaram o público ao interpretar a tradicional canção armênia “Guiliguía”, em homenagem aos mártires.
Vale lembrar que o Estado de São Paulo reconhece oficialmente o genocídio do povo armênio. A Lei n° 15.813, de 2015, instituiu o “Dia do Reconhecimento e Lembrança às Vítimas do Genocídio do Povo Armênio”, celebrado anualmente em 24 de abril.
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